22 de jan. de 2016

Quantos usuários de internet tem no Brasil?

Fonte: Computerworld. Data: 18/01/2016.
URL: http://computerworld.com.br/quantos-usuarios-de-internet-tem-no-brasil-banco-mundial-e-minicom-divergem
Um estudo do Banco Mundial informa que 98 milhões de pessoas não têm acesso à internet no Brasil. O "Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2016: Dividendos Digitais", coloca o Brasil em quinto lugar em número de usuários de internet, atrás da China, dos Estados Unidos, da Índia e do Japão. Mas também em sétimo entre os países com o maior número de desconectados.
Na opinião do Ministério das Comunicações, o número absoluto de brasileiros offline calculado pelo banco chama atenção, devido ao tamanho da população brasileira, estimada em 204 milhões de pessoas.
Segundo a Secretaria de Telecomunicações do ministério, 55% dos brasileiros com pelo menos 10 anos de idade são usuários de internet e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 175,2 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade em 2014.
 “Logo, de acordo com esses dados, somos 96,4 milhões de usuários e 78,9 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade offline. Este último número é consideravelmente inferior à estimativa apresentada no estudo do Banco Mundial, mas, ainda assim, representa um grande contingente de pessoas sem acesso à de Internet”, diz o ministério.
A divergência pode estar no tipo de metodologia usada pelo Banco Mundial para definir os excluídos digitais.
De toda forma, o Ministério das Comunicações e o o governo federal reconhecem que a inclusão digital é um grande desafio e, por isso, principalmente desde 2010, ano de lançamento do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), estão sendo realizadas ações para massificar o acesso à internet no país. Segundo o ministério, entre 2010 e 2014, o número de usuários de internet no Brasil passou de 65,9 milhões para 96,4 milhões.
De acordo com o Banco Mundial, em todo o mundo, 4,2 bilhões de pessoas continuam excluídas da economia digital, o que representa cerca de 60% da população global. A Índia tem o maior número de pessoas sem acesso à internet, com 1,1 bilhão, seguida da China (755 milhões) e da Indonésia (213 milhões). Apenas 1,1 bilhão de pessoas têm acesso à internet em alta velocidade o que representa 15% da população do planeta.
Cenário mundial
Na opinião do Banco Mundial, embora a Internet, os telefones celulares e outras tecnologias digitais se espalhem rapidamente no mundo em desenvolvimento, os dividendos digitais previstos de maior crescimento, mais empregos e melhores serviços públicos continuam aquém das expectativas e 60% da população mundial continuam excluídos da economia digital em expansão contínua. Embora o número de usuários da Internet no mundo inteiro tenha mais do que triplicado desde 2005, quatro bilhões de pessoas ainda carecem de acesso à Internet
Para mudar este cenário, Deepak Mishra e Uwe Deichmann, autores do estudo, acreditam que os países precisam criar o ambiente certo para a tecnologia, com regulamentações que facilitem a concorrência e a entrada no mercado e a capacitação dos trabalhadores a alavancar a economia digital e as instituições.
Entre as medidas sugeridas no relatório para tornar as empresas mais produtivas e inovadoras estão a investir na estrutura básica, reduzir o custo de fazer negócios, diminuir barreiras comerciais, facilitar a criação de startups, reforçar as autoridades encarregadas da concorrência e facilitar a concorrência entre as plataformas digitais.
“As tecnologias digitais estão transformando o mundo dos negócios, do trabalho e da governança”, afirmou Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial. Precisamos continuar a conectar todas as pessoas e não deixar ninguém para trás, porque o custo da perda de oportunidades é enorme. Mas para os dividendos digitais serem amplamente compartilhados entre todas as partes da sociedade, os países também precisam melhorar seu clima de negócios, investir na educação e na saúde das pessoas e promover a boa governança. ”
Para cumprir a promessa de desenvolvimento de uma nova era digital, o Banco Mundial sugere duas ações principais: cobrir o hiato digital tornando a Internet universal, economicamente viável, aberta e segura; e reforçar as regulamentações que assegurem concorrência entre as empresas, adaptação das aptidões dos trabalhadores às exigências da nova economia e promoção de instituições responsáveis – medidas a que o Relatório denomina de complementos analógicos aos investimentos digitais.

De modo geral, as estratégias de desenvolvimento digital precisam ser mais amplas do que as estratégias da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Mas as medidas são diferentes para países em desenvolvimento, divididos no estudo entre emergentes, em transição e em transformação (onde está posicionado o Brasil).

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